domingo, 28 de fevereiro de 2010

"Preferi sempre a loucura das paixões à sabedoria da indiferença." (Anatole France)



Quantas vezes descobrimos fatos totalmente desagradáveis? Quantas vezes passamos por momentos descontentes? Quantas vezes nem sabemos por que eles estão acontecendo? Sempre. A vida inteira. Uma vez, duas vezes, três vezes... cem vezes! Não precisa ser rotineiramente. Só precisa acontecer, pra que você já sinta o baque (e ele é forte). O engraçado é que nós, mesmo tendo que lidar tantas vezes com eles (quase melhores amigos), não conseguimos preveni-lo, tampouco remediá-lo. Outra coisa: os episódios podem se repetir inúmeras vezes, mas nós nunca vamos conseguir prender o sentimento que nos passa. Nós somos seres humanos! Será que é difícil compreender?! (E olha que, pra muita gente, é.) Mas o pior de tudo (ainda tem pior?!), é quando não sabemos nem o motivo de certas coisas estarem acontecendo... isso sim é uma tremenda falta de respeito! Quer dizer que a pessoa começa a te tratar com um grau de indiferença tamanho , o clima fica totalmente nostálgico (pelo menos pra você), e VOCÊ NÃO SABE NEM O PORQUÊ! E é neste exato momento que você começa a fazer mil perguntas: será que algo de errado está acontecendo comigo? Por que esta pessoa está me tratando deste jeito? (...)e as indagações só aumentam, aumentam... e você acaba sem respostas. Tudo porque você não tem uma droga de coragem pra chegar e "colocar as cartas na mesa", pra abrir o jogo, pra "chegar, chegando", pra saber, de uma vez por todas, o que está acontecendo. Eu seu, eu sei... aliás, nós sabemos! O certo seria que a pessoa que está lhe causando tamanha revolta viesse falar com você a respeito. Viesse expor seus sentimentos. Viesse expor sua visão. Viesse falar, claramente, com todas as letras, o que está se passando. MAS ISSO NUNCA ACONTECE! Geralmente, elas pensam que ignorar os fatos irá alterá-los. Que a indiferença faz a força! Mas que força?! Força que não dá nem coragem pra ela vir te dizer o problema! (Isso porque eu achava que eu é que não tinha toda esta bravura, toda esta audácia). Mas, ok, chega um momento em que um dos dois tem que tomar uma decisão. E, quase sempre - isto é certo -, quem toma esta bendita decisão sou eu, é você, somos nós. (Sempre o lado que está quase pra explodir de tanta ignorância, pois não tem conhecimento de nenhuma ocorrência, que diz respeito á sua própria vida!) Caso contrário, a situação sempre fica ali, enjaulada, aprisionada, ENGASGADA. E é como eu estou agora: ENGASGADA! É bem parecido com um caroço de azeitona preso em sua garganta. Mas ele está quase pra sair. Basta um apertãozinho, um pequeno esforço, pra ele voar em direção à alguém. É a mesma coisa. Igualzinho. Qualquer palavrinha mágica pode desencadear um falatório sem fim. E está quase pra acontecer. É difícil passar por situações desagradáveis. É difícil não saber o que fazer. É MUITO difícil passar por isso sem nem saber a razão. Mas o mais difícil de tudo isso, é tratar a pessoa com a mesma indiferença que ela te trata; é ter que fingir que está tudo bem, quando não está. Indiferença dói.

Achei este texto navegando pela internet...
como ele traduz tão bem tudo aquilo que eu tentei dizer há pouco.
Espero que vocês gostem! =)

O contrário do Amor - Martha Medeiros

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.




2 comentários:

  1. amei o seu texto, e o de Martha Medeiros tb! Me fez parar pra pensar, que assuntozinho complicado hein Lo?! uheue
    beijooos

    ResponderExcluir
  2. MUITO complicado, diga-se de passagem. Mas a gente passa por inúmeras coisas complicadas na vida, né, Bru? E de todas elas acabamos saindo - ilesos ou não. Com esse assunto não seria diferente ;)

    ResponderExcluir